Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) já vinham em evolução significativa nos últimos anos e consolidaram, em 2024, mais um período de avanços importantes. Neste contexto, a Solis Investimentos – reconhecida como uma das principais gestoras do país especializadas em FIDCs – registrou um ano especialmente positivo, com resultados consistentes, diversificação de produtos e conquista de novos mercados.
Dentre os principais destaques da Solis no ano estão: o crescimento de aproximadamente 40% nos ativos sob gestão; o lançamento do primeiro fundo de FIDCs do mercado voltado ao investidor de varejo, o Solis Antares Pioneiro; a diversificação de passivos; a conquista de novos mandatos exclusivos; o incremento da robustez na capacidade de estruturação; o fortalecimento de sua equipe; e o reconhecimento, em dezembro, com uma das melhores notas de rating da agência Moody’s.
Para 2025, as perspectivas são promissoras. Um novo ciclo de resultados positivos no próximo ano deve acompanhar a tendência de crescimento dos FIDCs como fonte de funding para o mercado, além da sua consolidação como alternativa de investimento, aliada aos planos da Solis e a sólida posição alcançada pela gestora nesse nicho.
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Crescimento
Instituídos em 2001, os FIDCs vêm crescendo em ritmo acelerado. Nos últimos dez anos, passaram de 300 para quase 2.800 fundos, com o patrimônio líquido subindo de R$ 130 bilhões para mais de R$ 600 bilhões. Além disso, sua participação relativa na indústria de fundo dobrou de 3% para 6%.
Segundo Delano Macêdo, sócio-diretor da Solis, a experiência em mercados mais maduros, onde o mercado de capitais representa uma fatia importante de fonte de funding para as empresas, como Alemanha e Estados Unidos, mostra que os FIDCs ainda têm muito a crescer, podendo chegar a 20% da indústria. “O Brasil ainda está engatinhando em matéria de FIDC”, ele afirma.
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Conhecida no mercado como a “Casa dos FIDCs”, a Solis se preparou muito para alcançar essa posição.
Macêdo e seu sócio (também diretor da Solis), Ricardo Binelli, estão entre os gestores brasileiros mais experientes em FIDCs. Em 2007, por exemplo, Delano estruturou o primeiro FIDC multicedente e multissacado do país com distribuição a mercado, rating da S&P, prospecto e roadshow. Somando o trabalho na Solis e a experiência anterior em outras casas, a dupla já participou da estruturação de cerca de 200 FIDCs, abrangendo uma ampla gama de ativos lastros, refletindo a crescente sofisticação e diversificação do setor ao longo do tempo.
Resultados do ano
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Nos últimos cinco anos, a Solis multiplicou por sete o patrimônio sob gestão. Em 2024, esse valor cresceu 40%, chegando próximo aos R$ 21 bilhões. O ano foi marcado por outros resultados positivos. A gestora captou R$ 1 bilhão líquidos e adquiriu R$ 2,6 bilhões em cotas de FIDCs, reforçando sua estratégia de diversificação. A gestão de novos fundos também foi destaque: 22 novos veículos (FIC FIDCs e FIDCs) foram adicionados ao portfólio da empresa, totalizando R$ 2,5 bilhões em patrimônio líquido.
Esses fundos abrangem diferentes segmentos de crédito, incluindo fundos multicedentes e multissacados, consignados e outros ativos lastros. Outro destaque positivo, como aponta Binelli, foi a diversificação de passivos, que alinha à estratégia da companhia de atuar positivamente nas “duas pontas” do negócio.
Em 2024, a Solis também conquistou mais três mandatos exclusivos, de relevantes investidores institucionais. “São gestores que possuem sólidas operações de crédito e que reconheceram, na Solis, a capacidade de entregar resultados superiores em FIDCs”, conta Macêdo.
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Esse avanço é o resultado de uma estratégia cuidadosamente planejada, incluindo investimentos significativos em equipe, tecnologia e processos. “Desde 2018, já tínhamos a visão de que o FIDC se tornaria uma fonte importante de funding para ativos de diferentes naturezas”, explica Binelli.
Esse posicionamento estratégico permitiu que a empresa estivesse preparada para capturar oportunidades durante e, principalmente, após a pandemia, momento em que a demanda por crédito não-bancário se intensificou.
Para coroar o ano, neste mês de dezembro, a gestora recebeu o resultado da avaliação de seus processos de gestão pela agência Moody´s, conquistando a nota MQ2.br. Esse é o segundo melhor rating na escala da Moody´s. “É a chancela de uma das principais agências de rating do mundo, reconhecendo a nossa qualidade de gestão, os nossos processos, sistemas e políticas internas”, comenta Macêdo.
Bom para investidores e tomadores
Na avaliação dos diretores da Solis, o crescimento dos FIDCs se deve às vantagens que esse instrumento oferece tanto a investidores quanto a tomadores. Para o investidor, o veículo tem sido uma opção que combina rentabilidade consistente com baixa volatilidade.
O Solis Capital Antares, fundo mais antigo da gestora, é um exemplo. Nos 151 meses desde a sua criação, há cerca de 13 anos, nunca teve um mês com rentabilidade negativa – e só ficou abaixo do CDI em três meses. “Os FIDCs já mostravam capacidade de entregar rentabilidades consistentes e, com a melhora do arcabouço regulatório, devem se consolidar como uma opção cada vez mais atrativa”, afirma Macêdo.
Em 2024, os FIDCs da Solis mantiveram retornos acima de outras classes de renda fixa, como algumas debêntures, que sofreram pressão nas taxas. Essa vantagem competitiva foi determinante na atração de investidores atentos à relação risco-retorno.
Já para os tomadores, os FIDCs vêm ganhando importância como um canal de funding, seguindo uma tendência já consolidada em mercados maduros, sobretudo em um momento em que o crédito bancário mostra sinais de estagnação. Esse movimento tem contado com o apoio do Banco Central (BC), que vem atuando para promover a desbancarização do crédito, conforme evidenciado pelas ações da agenda BC#.
No mesmo sentido, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem trabalhado na evolução do marco regulatório. Exemplo disso é a Resolução CVM nº 175, em vigor desde 2023, que trouxe novas diretrizes para o segmento de fundos, incluindo a possibilidade de oferta de FIDCs ao investidor de varejo.
A Solis se envolveu com a 175 desde sua fase de elaboração. A norma estabeleceu novas exigências e responsabilidades para os gestores, reforçando a necessidade de processos transparentes e robustos, algo que a companhia já praticava.
Na esteira da nova norma, a Solis lançou em junho o Fundo Solis Antares Pioneiro, o primeiro e único fundo de FIDCs do mercado voltado ao segmento de varejo, com objetivo de retorno entre CDI + 1,5 p.p. e CDI + 2 p.p.. Desde então, o veículo captou R$ 120 milhões de 1.500 cotistas e superou o CDI + 2 p.p. na maior parte dos meses. Em dezembro, o Antares Pioneiro passou a ser distribuído também na plataforma da XP.
Para continuar crescendo, a Solis aposta no fortalecimento da equipe, no incremento de sua área de tecnologia, na adoção de ferramentas de inteligência artificial e machine learning. Esses investimentos visam aprimorar a análise de dados, a gestão de riscos e a eficiência no processo de monitoramento e decisão de crédito. Para 2025, a gestora espera um ritmo de crescimento semelhante ao de 2024, graças ao crescimento orgânico e à prospecção de novos negócios.
A Solis também estuda o lançamento de novos produtos, como FICs de FIDCs temáticos, ou seja, de um único ativo-lastro, mas com diferentes originadores; e uma nova versão de seu fundo de Previdência. “A atuação com uma diversidade cada vez maior de créditos é outro ponto que a Solis pretende explorar em 2025”, diz Binelli. Como se vê, a inovação continuará sendo uma característica marcante da gestora.