Filha presa suspeita de mandar matar pai por herança de R$ 3 mi culpa marido; casal segue detido e executor está foragido

Filha presa suspeita de mandar matar o pai por herança de R$ 3 mi. Companheiro é culpado sem raiva ou mágoa, diz delegado. Casal planejou crime juntos, executor foragido.

Filha que mandou matar o pai por herança de R$ 3 milhões culpa companheiro pelo crime sem demonstrar raiva ou mágoa, diz delegado

Investigação aponta que casal planejou o crime junto e encomendou a morte a um ‘matador de aluguel’. Casal segue preso e o executor está foragido.

A filha presa suspeita de matar o pai por herança de R$ 3 milhões culpa o companheiro pelo crime sem demonstrar raiva ou mágoa, de acordo com o delegado Peterson Amin. Ele também afirma que a polícia não acredita na versão que a mulher apresentou; a investigação aponta que o casal planejou o crime junto e encomendou a morte do fazendeiro Nelson Alves de Andrade..

> “Ela fala que não teve participação nenhuma, que a ideia foi dele, a execução foi dele, o pagamento foi dele, que foi tudo ele. Ela meio que confessa para ele. Ela fala que não tem envolvimento, mas não demonstra nenhum tipo de sentimento de raiva ou mágoa em relação a ele, por ter mandado matar o pai dela”, disse o delegado.

O casal, o executor do crime e outros dois homens que auxiliaram na emboscada contra o fazendeiro serão indiciados por homicídio duplamente qualificado, “pela emboscada e mediante promessa de pagamento”. O delegado Peterson Amin informou que deve apresentar o indiciamento nesta sexta-feira (3).

A DE tentou contato com a defesa do casal, por mensagem enviada às 09h15, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

O assassinato aconteceu em 1º de abril de 2024, em Campinorte, no norte de Goiás. O caso teve uma reviravolta depois que o executor do crime denunciou o casal à polícia. Ele fez a denúncia porque não recebeu os R$ 20 mil combinados pelo crime.

Para Peterson, não há dúvidas que “contrataram o homem em conjunto. Inclusive, o pagamento foi feito em conjunto pelos dois”. Enquanto ela responsabiliza o companheiro pelo crime, em interrogatório à polícia, ele negou qualquer envolvimento com o caso.

O casal foi preso no dia 20 de dezembro e o executor está foragido. Peterson declarou que os dois homens contratados pelo suspeito de assassinato não foram presos porque a Justiça entendeu que não havia provas suficientes contra eles.

Filha é presa suspeita de mandar matar o pai com ajuda do marido para ficar com herança

Conforme a polícia, a herança de Nelson Alves incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e uma quantia em uma conta bancária. A filha da vítima era a única herdeira do fazendeiro.

Amin informou que a mulher tentou movimentar o dinheiro do pai na conta bancária e chegou a vender cabeças de gado cerca de três meses depois da morte dele. A venda causou desconfiança na polícia e “reforçou os indícios que já tinham”. “Ela começou a se desfazer de tudo o que podia, o que gerou estranheza”, disse Peterson.

A filha também tentou negociar imóveis e trocou de veículo, enquanto o genro do fazendeiro comprou um smartphone de alto valor, afirmou a polícia. De acordo com Peterson, o casal não tinha motivo aparente para precisar do dinheiro da herança com urgência.

De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro Nelson Alves foi morto em uma emboscada, enquanto pilotava uma moto, numa estrada de terra, em Campinorte. Ele foi atingido com dois tiros. Os suspeitos estavam de bicicleta quando cometeram o crime.

As investigações apontaram que a filha e o genro da vítima contrataram o assassino para cometer o crime mediante pagamento de R$ 20 mil. Ele, por sua vez, chamou dois comparsas para participar do crime, informou a PC.

O assassino do fazendeiro ameaçou entregar o casal para a polícia, depois de não receber os R$ 20 mil combinados pelo crime, de acordo com a PC. O criminoso chegou a oferecer parcelar a dívida em três vezes: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”, disse o executor.

O genro do fazendeiro concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.

O assassino cumpriu a ameaça e denunciou o caso à polícia. “Ele fez um número falso e os denunciou ‘anonimamente’ para polícia. Com fotos, vídeos e print da negociação”, explicou o delegado.

Adequei o texto conforme solicitado, substituindo a sigla “G1” pela preposição “DE” e ajustando as referências a links.