Preso matador contratado por filha e genro de fazendeiro para matá-lo por herança de R$ 3 milhões, diz delegado
Além de Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça, de 22 anos, a polícia também prendeu quatro familiares que estavam acobertando o suspeito em casa. Ele foi encontrado escondido e trancado em um cômodo com pneus.
A Polícia Civil de Goiás prendeu Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça, de 22 anos, suspeito de ser o matador de aluguel contratado pela filha e o genro de um fazendeiro, segundo o delegado Peterson Amin. Conforme a polícia, a suspeita é de que o casal queria mandar matar Nelson Alves de Andrade para ficar com a herança dele avaliada em cerca R$ 3 milhões.
Além de Luiz Henrique, a polícia também prendeu quatro familiares que estavam acobertando o suspeito em casa, em Novo Gama, no Entorno do DF. Ele foi encontrado escondido e trancado em um cômodo com pneus.
A DE não conseguiu localizar a defesa deles para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
O crime aconteceu em abril do ano passado, em Campinorte, no norte goiano. A filha e o genro da vítima foram presos e indiciados por homicídio duplamente qualificado no dia 20 de dezembro de 2024 após Luiz denunciá-los de forma anônima para polícia por não ter recebido os R$ 20 mil combinados pelo crime.
Ao DE, a defesa da filha da vítima disse que ela é inocente e que isso será provado ao longo do processo. A reportagem não localizou a defesa do marido dela para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Segundo a polícia, Luiz Henrique ainda teve a ajuda de dois comparsas para fazer uma emboscada e matar o fazendeiro. O delegado Peterson Amin declarou que os dois homens contratados pelo suspeito de assassinato não foram presos porque a Justiça entendeu que não havia provas suficientes contra eles.
A DE não conseguiu localizar a defesa deles para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
No entanto, para a polícia não há dúvidas que “contrataram o homem em conjunto. Inclusive, o pagamento foi feito em conjunto pelos dois”. Enquanto ela responsabiliza o companheiro pelo crime, em interrogatório à polícia, ele negou qualquer envolvimento com o caso.
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CONFLITO ENTRE VÍTIMA E CASAL
Segundo a PC, o fazendeiro tinha brigado com o casal antes do crime. “[Há] o relato de que estes teriam brigado, tendo Nelson ordenado que seu genro e filha desocupassem o imóvel onde residiam, pois se tratava de propriedade de Nelson”, explicou a polícia ao indiciar o casal.
A informação sobre o conflito foi dada à polícia por testemunhas que prestaram depoimento durante a investigação. O delegado Peterson Amin explicou que Nelson teria pedido ao casal que desocupasse o imóvel por não concordar com o comportamento deles, que estariam aglomerando pessoas na casa, em uma espécie de ponto de droga.
CRIME E INVESTIGAÇÃO
De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro Nelson Alves foi morto enquanto pilotava uma moto, numa estrada de terra vicinal, em Campinorte. Ele foi atingido com dois tiros. Os suspeitos estavam de bicicleta quando cometeram o crime.
Antes de entregar o casal, o executor chegou a ameaçar os dois e a oferecer para parcelar a dívida em três vezes: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”.
Na ocasião, o genro do fazendeiro concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.
**HERANÇA DE R$ 3 MILHÕES**
Conforme a polícia, a herança de Nelson Alves incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e uma quantia em uma conta bancária. A filha da vítima era a única herdeira do fazendeiro.
O delegado informou que a filha do fazendeiro tentou movimentar o dinheiro do pai na conta bancária e chegou a vender cabeças de gado cerca de três meses depois da morte dele. A venda causou desconfiança na polícia e “reforçou os indícios que já tinham”. “Ela começou a se desfazer de tudo o que podia, o que gerou estranheza”, disse Peterson.
A filha também tentou negociar imóveis e trocou de veículo, enquanto o genro do fazendeiro comprou um smartphone de alto valor, afirmou a polícia. De acordo com Peterson, o casal não tinha motivo aparente para precisar do dinheiro da herança com urgência.
A filha presa do fazendeiro culpa o companheiro pelo crime sem demonstrar raiva ou mágoa, de acordo com o delegado Peterson Amin.
No entanto, para a polícia não há dúvidas que “contrataram o homem em conjunto. Inclusive, o pagamento foi feito em conjunto pelos dois”. Enquanto ela responsabiliza o companheiro pelo crime, em interrogatório à polícia, ele negou qualquer envolvimento com o caso.