‘O flagelo das cidades’, Cartaz peculiar vira arma contra despejo indevido em quarteirão de Anápolis
A placa, com sua mensagem direta, reflete a revolta dos habitantes com a quantidade de resíduos que vinha sendo descartada na região. Para quem transita pelo Bairro Flor do Cerrado, em Anápolis, a visão é inusitada: logo na entrada do bairro, na Rua FC 22, uma placa com um touro de semblante ameaçador e a frase impactante: “cuidado: só despeja lixo quem é portador de chifres proeminentes”.
A presença da placa, com seu recado incisivo, parece ter chamado a atenção dos infratores, visto que as imagens mais recentes mostram o terreno limpo ao redor. O jornalista Victor Santos, do São Francisco News, esteve no local na quinta-feira e constatou a eficácia da intervenção. “Efetivamente, a população tem respeitado a placa”, declarou durante uma transmissão ao vivo.
Contudo, conforme observado por Santos, apenas nas proximidades da placa intimidadora as descargas irregulares foram interrompidas. No restante do local, ele presenciou diversos detritos despejados, bem como uma grande erosão próxima a um córrego.
Em relação à intensidade da mensagem, pode-se questionar se é demasiado agressiva. No entanto, para aqueles que convivem com as consequências do lixo, o essencial é que, finalmente, a mensagem foi ouvida. Aparentemente, ninguém deseja ser associado a um estigma como o de ser considerado um “portador de chifres”.
Enquanto isso, a placa permanece erguida, confrontando condutores e transeuntes com o mesmo aviso ousado. E, talvez, esteja contribuindo mais para a higienização da cidade do que muitas outras placas convencionais, negligenciadas em relação ao combate ao despejo irregular em Anápolis.
O problema do despejo ilegal de resíduos é um dos desafios prementes enfrentados pelas administrações municipais brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), aproximadamente 40% do lixo urbano no país ainda é descartado de maneira inadequada. Em Anápolis, não é diferente: terrenos baldios, áreas florestais e até os arredores de rodovias são constantemente alvos desse tipo de prática desrespeitosa.
